às vezes sou fada, às vezes faísca...

às vezes sou fada, às vezes faísca...
"Eu tô com saudades da nossa amizade do tempo em que a gente amava se ver eu não sou palavra eu não sou poema sou humana pequena (...) Às vezes sou dia às vezes sou nada hoje lágrima caída choro pela madrugada às vezes sou fada às vezes faísca tô ligada na tomada numa noite mal dormida..." Paula Fernandes

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Interior dos interiores - É que não posso tirar nunca da minha lembrança, é o pedaço de terra que vivi quando criança...

Meio entre extremos, talvez seja por isso que esse é um lugar abençoado e tão criticado ao mesmo tempo, por se concentrar entre sertão e agreste, em ter características, não apenas na fauna, e flora, de duas regiões tão distintas de Pernambuco, mas também em sua gente, sempre dividida entre o calor e caatinga sertaneja, costumes sertanejos, com os  tão brejeiros ao mesmo tempo do agresteiro... Terra abençoada, poucos são os que te visitam e te esquecem, de uma forma ou de outra marcas... Marcas com tua religiosidade em que teu povo tenta seguir, nas tradicionais caminhadas das sextas-feiras  Santa, de manhãzinha com o doce orvalho matinal e que tanto marcou minha doce infância sertaneja ou por que não agresteira, onde corriamos para acompanhar a procissão até o lajeiro onde se encontrava a  capelinha de portas abertas, cantos que remetia-nos ao sofrimento de Cristo e sua Paixão... Coisas nossa, coisas do interior dos interiores, onde uns chamam erroneamente de " fim de mundo", onde nada acontece, onde tudo demora a chegar... Prefiro chamar de lugar onde o tempo demora a passar, no mundo em que as coisas acontecem com tamanha velocidade, onde se atropela sentimentos, pessoas, é bom estar em um lugar em que se demora o tempo passar, dar tempo de vê coisas que só há aqui, não temos cinemas famosos, casas de shows, mas temos um pôr de sol sem igual, um céu azul belo, uma noite estrelada, sábia que canta quando sente a chuva, temos gente que são felizes aqui só pelo simples fato de que se diz bom dia ainda aqui, que o leite chega em sua porta, pelo leiteiro, gritando todas as manhãs: oh o leite!, onde ainda em seus recantos temos as cercas de pedras que guardam em si beleza, força e história de um povo sertanejo ou agresteiro forte, que não media esforços pra vê esse interior dos interiores com desenvolvimento, com sua gente feliz...Aqui ainda se ouve os carros de bois passando por suas velhas estradas, aqui se tem uma pedra, que não se sabe ao certo quem a furou, que ao percorrer o caminho para chegar até lá, se encontra pessoas simples mas com sorrisos largos e esperança, é esperança de que tudo um dia venha a mudar, mas não mudarem, nem sairem de suas terras, de seu chão, Luiz gonzaga já cantava: " Que quem sai da sua terra natal em outros cantos não pára..." Porém mudarem o seu sertão-agreste, tornando ele menos sofrido, mais humano, mais cristão... 
           Venturosa é mais que uma municipio do vale do rio Ipanema, que banha suas terras em sua época de cheia, onde faz a alegria da criançada, e de quem depende de suas águas para suas plantações e criações, é o típico municipio de transições, entre duas regiões divididos, com peculiaridades que só se encontra aqui, essas positivas ou não, mas não como negar que tem coisas que só vão achar aqui...Por mais que esbarrem com pessoas daqui por esse mundo a fora, por que venturosense voa, e voa alto, mas sempre volta ao seu ninho, a sua terra natal, talvez, seja o sol, o rio Ipanema, a imponência da Pedra furada, ou até mesmo as sextas-feiras santas, nas mentes e lembranças de quem um dia partiu daqui, ou que sabe seja o povo, é a gente daqui que sempre impulsiona os outros a voltarem, até os mais revoltosos com essa terra, sempre acabam voltando...Afinal Venturosa reúne teus filhos, estejam esses onde estiverem...

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Mantenha seus pés no chão quando sua cabeça está nas nuvens

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